domingo, 4 de abril de 2010

bad trip

Um cheiro forte dominava o ar anquele estreito corredor. Minha calça jeans jazia ao lado de minha cama, manchada de sangue - assim como a cueca encardida que estava usando. A fonte de sangue? Minha ex-namorada; o estilete enferrujado ainda estava na minha mão, escorrendo o vermelho sangue que caia fazendo PLOC-PLOC no chão. HAHAHAHA! ecoava minha gargalhada sarcática e demoniacamente e eu, definitivamente, não ligava. "Aquela vadia tava mesmo merecendo morrer"... No entanto, o odor que impregnava o ambiente não era de sangue ou da recente putrefação; meus olhos vermelhos e arregalados entregavam-me perfeitamente: maconha. Cocei o olho com a mão que ainda segurava o estilete e, sem querer, fiz um corte não tão profundo no meu rosto angelical - talvez nem tanto; De qualquer forma, um corte era o menor dos meus problemas. Tinha que desaparecer ou sumir com aquele corpo. Então, eu acordei.

Esfreguei os olhos com força para sair daquele pesadelo frenético e homicida. Incrivelmente, tudo parecia exatamente igual ao meu pesadelo, com exceção de uma coisa: não havia corpo algum ali. Porém, o curativo em minha face deixava muito claro que não fora um pesadelo ou uma bad trip, tinha sido real. Grande coisa, a biscate tinha sumido e ninguém jamais poderia me culpar de seu homicídio; agora era só curtir a vida como se nada tivesse ocorrido.

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