quinta-feira, 29 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

Untitled


Somos filhos do ócio - nossos pais revolucionaram, foram às ruas lutar pela redemocratização do Brasil, nossos avós sobreviveram à crise de 29, à 1ª e 2ª Guerra Mundial. E nós? Bom, nós morremos de sofrimento se ficamos um dia sem internet; fomos criados, domesticados a não pensar - nascemos numa época em que toda a revolução já foi feita.

Não fomos planejados nem concebidos como seres pensantes, somos cegados pela mediocridade crescente que assoma todo o país; não é mais necessário raciocinar e aqueles que o fazem são tidos como loucos. But, let me tell you a little secret: all the greatest minds are a bit insane; e é dai que provém toda a sua genialidade.

Os meios de comunicação em massa estão podando nossa habilidade arbitrária de ser, transformando-a em ter, possuir: porque a minoria que possui tudo, é o grupo seleto que é, e pelo simples fato de serem, podem tudo; em tudo se gabam, em tudo se veem.

E quanto a nós, bem... Nós subexistimos, subestimando nosso poder, sobrevivendo dia após dia com as migalhas que aqueles que são jogam em nós. Degradando tudo que está a nossa volta, metamorfoseando o ambiente de modo que ele se pareça com a merda que habita em nossas mentes medíocres; por que não mudar as nossas mentes para sairmos do esterco e da lama, tornando-nos seres pensantes? Vamos, filhos do ócio! Levantem-se, ergam-se! LUTEM! Defendam aquilo que vocês acreditam. Ou continuem presos dentro da caverna, no escuro, enquanto o sol brilha linda e intensamente bem às suas costas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nós que aqui estamos...

por vós esperamos.


Do you really wanna live forever?

Estava louco, completamente insano.

- Não me levem a mal, mas de fato o estava e não mo negava. Como poderia eu vê-lo naquele estado doentio e não fazer nada? E não emitir reação alguma? Não poderia - eu não era um ser tão cruel assim; na verdade, meu coração bondoso é que o havia transformado naquele monstro: um homem sem escrúpulos e viciado. Ah! Não joguem a verdade diante de meu rosto como se eu fosse cego, eu já a vi nua e crua; já a vi tão bêbada e cambaleante que fechei os olhos para não cegar-me com sua crueldade, mas não mudou nada: nem em mim, nem nele. Erámos os mesmos, não as crianças puras de outrora, da aurora de nossas vidas; mas monstros, sim, monstros sedentos e famintos, dispostos a tudo quanto fosse necessárioo para adquirir conhecimento e vida eterna.

Sonhos vis e cegantes, que nos fizeram pegar em belicosas armas do destino, do caminho traçado para nós - caminho que podia ter sido desviado, não fosse nossa ganância. Noites e noites à fio, buscando loucamente a verdade sem jamais encontrá-la.

Mas o que são algumas noites para quem terá a Eternidade? Era esse o pensamento, essa certeza que me mantinha viva; de qualquer forma, melhor - de alguma forma, a forca esvaia-se de mim sem que eu pudesse notar até que a sombra da Morte abateu-se sobre mim inexplicavelmente e eu percebi que buscava a eternindade de forma errônea; buscava-a mediocrimente, como ser humano falho e cego pelo emanado do poder.

Estou louco, completamente insano. E agora possuo toda a eternidade para que a Verdade se mostre a mim despida do véu da cegueira humana, nua - como eu sempre a quisera. Mas dane-se também, agora nada daquilo importava ou fazia sentido.

A imortalidade abrira minha visão de um maneira inexplicável e eu pude sentir paz; paz jamais sentida em vida.

domingo, 4 de abril de 2010

bad trip

Um cheiro forte dominava o ar anquele estreito corredor. Minha calça jeans jazia ao lado de minha cama, manchada de sangue - assim como a cueca encardida que estava usando. A fonte de sangue? Minha ex-namorada; o estilete enferrujado ainda estava na minha mão, escorrendo o vermelho sangue que caia fazendo PLOC-PLOC no chão. HAHAHAHA! ecoava minha gargalhada sarcática e demoniacamente e eu, definitivamente, não ligava. "Aquela vadia tava mesmo merecendo morrer"... No entanto, o odor que impregnava o ambiente não era de sangue ou da recente putrefação; meus olhos vermelhos e arregalados entregavam-me perfeitamente: maconha. Cocei o olho com a mão que ainda segurava o estilete e, sem querer, fiz um corte não tão profundo no meu rosto angelical - talvez nem tanto; De qualquer forma, um corte era o menor dos meus problemas. Tinha que desaparecer ou sumir com aquele corpo. Então, eu acordei.

Esfreguei os olhos com força para sair daquele pesadelo frenético e homicida. Incrivelmente, tudo parecia exatamente igual ao meu pesadelo, com exceção de uma coisa: não havia corpo algum ali. Porém, o curativo em minha face deixava muito claro que não fora um pesadelo ou uma bad trip, tinha sido real. Grande coisa, a biscate tinha sumido e ninguém jamais poderia me culpar de seu homicídio; agora era só curtir a vida como se nada tivesse ocorrido.