quinta-feira, 15 de julho de 2010

Virou modinha ser cult; é cool ser diferente. Ir à Starbucks com seus amiguinhos indies, falar difícil. Chegar na Livraria Cultura pedir um livro underground pra deixar todos os seus coleguinhas de cabeça fechada e camisa xadrez boquiabertos. MERDA! Sejam originais, parece até que toda a juventude foi montada, foram milimetricamente calculados para ser perfeitos modelos. Bom, modelos de canalhas sem cultura ou personalidade, na minha modesta opinião.

sábado, 3 de julho de 2010

Sobre o silêncio


Não, não o silêncio que existe no hospital: mórbido. Nem o silêncio encontrado nos cemitérios: lúgubre. Mas o silêncio da alma. Como um eclipse... Ele te consome e consome, insaciavelmente – e então parte. Deixando pra trás um corpo desacordado, aos pedaços e totalmente perdido. E então, o silêncio.

Um silêncio tão denso que você poderia cortar, tão tenso que se você fechar os olhos pensará que está morto. . . Um silêncio supremo, magnânimo e cruel... Destruidor, arrasador e ardente.

Por mais que você tente escapar, ele te prende tão forte, tão apertado que a cada respiração dada fica mais difícil buscar o oxigênio tão necessário pra sua sobrevivência. No entanto, você não consegue desistir. E esse é o plano dele: te prender, te sufocar e então . . . Deixar você ir. Ele não precisa de você, mas agora você está tão presa, tão acostumada com toda a dor que ele já te trouxe que no momento de sentir alívio não dá; é impossível.

Todos esses sons ensurdecedores ao seu redor, todos os ruídos atacando por todos os lados, invadindo seus pensamentos e ai, você percebe que precisa daquele maldito silêncio pra sobreviver.

            Não o silêncio da ausência de ruídos externos, mas o silêncio perfeito. Até o som do seu coração batendo na caixa torácica é perturbador. Você precisa daquele silêncio existente entre duas notas numa sonata; precisa do silêncio de duas pessoas envergonhadas... Precisa do seu silêncio: supremo, magnânimo e cruel... Destruidor, arrasador e ardente.

            E quanto mais você corre e luta por ele, mas ele se afasta. Ele não precisa mais de você, se lembra? Ele não lhe quer por perto, já tem outra vitima e mais outra, e outra... Não importa de verdade. A única forma de encontrar silêncio agora é na morte, mas sua vida é muito preciosa pra esvair por entre seus dedos tão fácil.