quinta-feira, 15 de abril de 2010

Do you really wanna live forever?

Estava louco, completamente insano.

- Não me levem a mal, mas de fato o estava e não mo negava. Como poderia eu vê-lo naquele estado doentio e não fazer nada? E não emitir reação alguma? Não poderia - eu não era um ser tão cruel assim; na verdade, meu coração bondoso é que o havia transformado naquele monstro: um homem sem escrúpulos e viciado. Ah! Não joguem a verdade diante de meu rosto como se eu fosse cego, eu já a vi nua e crua; já a vi tão bêbada e cambaleante que fechei os olhos para não cegar-me com sua crueldade, mas não mudou nada: nem em mim, nem nele. Erámos os mesmos, não as crianças puras de outrora, da aurora de nossas vidas; mas monstros, sim, monstros sedentos e famintos, dispostos a tudo quanto fosse necessárioo para adquirir conhecimento e vida eterna.

Sonhos vis e cegantes, que nos fizeram pegar em belicosas armas do destino, do caminho traçado para nós - caminho que podia ter sido desviado, não fosse nossa ganância. Noites e noites à fio, buscando loucamente a verdade sem jamais encontrá-la.

Mas o que são algumas noites para quem terá a Eternidade? Era esse o pensamento, essa certeza que me mantinha viva; de qualquer forma, melhor - de alguma forma, a forca esvaia-se de mim sem que eu pudesse notar até que a sombra da Morte abateu-se sobre mim inexplicavelmente e eu percebi que buscava a eternindade de forma errônea; buscava-a mediocrimente, como ser humano falho e cego pelo emanado do poder.

Estou louco, completamente insano. E agora possuo toda a eternidade para que a Verdade se mostre a mim despida do véu da cegueira humana, nua - como eu sempre a quisera. Mas dane-se também, agora nada daquilo importava ou fazia sentido.

A imortalidade abrira minha visão de um maneira inexplicável e eu pude sentir paz; paz jamais sentida em vida.

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