quinta-feira, 11 de junho de 2009

mais uma na multidão

Quase seis horas da atrde, nada pra se fazer. Ela estava sentada no chão, as pessoas passavam por ela, como se ela nem estivesse ali; como se fosse parte da "paisagem".

Estava frio e escurecendo, pequenas gotas de chuva começavam a se formar nas nuvens, e ela ainda estava ali. Ninguém a podia - ou queria - enxergar. Era invisível, intocável e irrelevante... apenas mais uma pessoa na multidão.

A chuva caía pesada agora, as horas passavam ainda masi devagar aqgora que a rua estava vazia - e ela continuava lá, sem se mover, como se a chuva sequer a incomodasse.

Então, um senhor extremamente bondoso se aproximou dela, pra ver se estava tudo bem - já era meia-noite e uma moçacomo ela não podia ficar na rua até tão tarde; porém, quando ele a tocou, a delicada pele de marfim estava gélida, os lábios roxos e não havia respiração. Ela estava morta, sabe lá Deus há quantas horas; e ninguém, sequer, a havia notado.

Afinal, ela era só mais uma na multidão.

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