sábado, 2 de maio de 2009

Alguns Cigarros e uns Pares de Chanel

Acendi um cigarro, traguei-o por um instante, bebi um gole de whisky e soltei a fumaça. Repeti o ritual algumas vezes até murmurar um "Boa Noite" ao barman e sair para a noite fria. Estava sozinha, era tarde. O relógio marcava 01:07 da manhã, a lua cheia brilhava no firmamento. "Nada mais romântico do que a lua cheia", pensei enquanto puxava outro cigarro da carteira e sentava-me em um dos bancos da pracinha. O tempo já não significava nada pra mim; as horas eram vagas e os dias longos, fúteis. Nada útil a se fazer; as companhias de antes já não eram tão agradáveis, o relacionamento com os pais já havia evapporado e a vida amorosa estava na merda. Eu era uma pessoa fodida, por assim dizer. Tinha meu apê e minha moto, fumava meus cigarrinhos, enchia a cara sozinha e desfilava pelas ruas os meus sapatos Chanel. Mas não era feliz... Na minah face um sorriso falso se esboçava e sumia; não havia nada no mundo capaz de me fazer feliz. Nada - a minha convicção disso era tão grande que eu me afastava das outras pessoas; criava um imenso abismo entre mim e o resto da humanidade. Traguei o cigarro e junto com a fumaça que exalei, deixei ir embora também minha esperança. Agora, só me restava a solidão.

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