segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Se, se, se...

Simples como uma flor;

Tão automático como respirar...



Ah... Se todas as coisas fossem simples assim! Se todas elas não exigissem esforço algum; se num piscar de olhos todos os nossos sonhos se tornassem realidade.



Se as pessoas não fossem hipócritas a ponto de desejar o mundo nas próprias mãos; se a verdade fosse única e o conhecimento geral.



Se, se, se...



Se fosse assim, se fosse assado; se isso, se aquilo... Todas as possibilidades diante de nossos olhos e não podemos tocá-las.



Ser racional tão irracional; deseja mais do que precisa – deseja tudo por acreditar que não tem nada; mas tem tudo e nada há mais que desejar. Palavras...



Palavras que jorram, sangue e lágrimas; que clamam, gritam, imploram por clemência. Lute, aja, mude: Faça a diferença; o abismo é gigantesco e a escuridão te cerca. Sejas tu, seja sal, sejas luz...



Ilumine, brilhe, clareie! Exista, seja, vibre! Não apenas corpo, apenas matéria; mas espírito, energia, esperança! Vá, salva-te! Grite, implore, chame, clame; de joelhos, humilde, humilhado.



És pequeno, és ínfimo, és átomo!



Ser errante, ser pensante, ser humano! És o que és desde que o mundo é mundo; ser doudo, insano. Coração bate insistentemente dentro do peito; bate alto, bate forte, bate mesmo.



Ah! Se tudo fosse simples assim; se todos fossemos puros como crianças, que sorriem diante das aflições, que choram sem fingimentos. Inocentes, justos, misericordiosos! Se estendêssemos as mãos para nossos inimigos, se lutássemos por justiça e igualdade;



Se, se, se...



Ser racional tão irracional; deseja mais do que precisa – deseja tudo por acreditar que não tem nada; mas tem tudo e nada há mais que desejar.

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